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A 31.ª edição do Curtas de Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, que arranca hoje e decorre até 16 de julho, com sessões no Teatro Municipal de Vila do Conde e na Solar – Galeria de Arte Cinemática (cinema ao ar livre).

Um total de 45 filmes integram a seleção das Competições Internacional e Nacional, secções marcadas pela diversidade geográfica, de estilos (ficção, documentário e animação), mas também de possibilidades e tendências do próprio cinema. 

Do lado dos veteranos, destaque para as estreias nacionais das mais recentes obras de Lucrecia Martel (Camarera de Piso), Carla Simón (Carta a Mi Madre Para Mi Hijo), Antonin Peretjatko (Les Algues Maléfiques), Jean-Gabriel Périot (L’effort des Hommes) e a dupla Benjamin de Burca e Bárbara Wagner (Fala da Terra). Do lado dos novos autores, esta será uma oportunidade para descobrir as obras da francesa Sarah-Anaïs Desbenoit, do egípcio Morad Mostafa, da francesa Julia Kowalski, do chinês Zhang Dalei, do franco-alemão Lucas Malbrun, do italiano Francesco Sossai e da espanhola Irati Gorostidi Agirretxe.

No plano nacional, um olhar transversal para o cinema que se produz hoje, de norte a sul do país. A passarem por Vila do Conde ao longo da semana trabalhos de António Pinhão Botelho, Basil da Cunha, David Ferreira, Dimitri Mihajlovic & Miguel Lima, Diogo Baldaia, Duarte Coimbra, Francisco Carvalho, Inês Teixeira, Mário Macedo & Vanja Vascarac, Marta Monteiro, Mónica Lima, Nuno Amorim, Pedro Bastos, Pedro Neves, Susana Abreu e Tomás Baltazar. A programação de filmes produzidos em Portugal integra ainda uma sessão especial com as três curtas que integraram o programa Fábrica de Realizadores – Norte de Portugal, exibido em Cannes (Espinho, de André Guiomar e Mya Kaplan; Maria, de Mário Macedo e Dornaz Hajiha; As Gaivotas Cortam o Céu, de Mariana Bártolo e Guillermo Garcia Lopez), assim como as exibições, na sessão de Panorama Nacional, de Pátio do Carrasco, de André Gil Mata, Naquele Dia em Lisboa, de Daniel Blaufuks, e O Homem das Pernas Altas, de Vítor Hugo Rocha.

A abrir o festival, antestreia nacional para 20000 Espécies de Abelhas, a primeira longa metragem de Estibaliz Urresola Solaguren, filme vencedor do Urso de Prata para Melhor Interpretação Principal na Berlinale deste ano. Uma delicada e emotiva narrativa sobre a família e a identidade, que conta com uma brilhante interpretação de Patricia López Arnaiz, a ser exibida a dia 8 de julho, pelas 19:00. O filme tem estreia comercial a 20 de julho.

A fechar o festival, o regresso a Vila do Conde de um realizador cuja obra o festival tem acompanhado de muito perto. Retratos Fantasmas, a mais recente criação de Kleber Mendonça Filho, é uma história de enamoramento por uma cidade, nas suas mudanças e minudências, os seus cinemas e as suas gentes. Uma declaração de amor ao Recife, que só o cinema é capaz de mostrar.

Integrado na secção Cinema Revisitado (da qual já havia sido anunciado o foco na obra de Walerian Borowczyk), o FILMar e o Curtas juntam-se para rever a obra de Augusto Cabrita (1923-1993), no centenário do seu nascimento. O programa integra um conjunto de sessões de cinema, conversas e uma exposição, que sublinham as dimensões do atento observador do diálogo entre a paisagem, social e marítima, a sua transformação pela ação humana e o que se pode guardar de uma memória em fuga.

Dedicada a celebrar e destacar a obra de jovens cineastas, a secção New Voices integra, este ano, um olhar sobre as obras do português João Gonzalez — com uma carta branca que integra filmes seus, algumas escolhas e a exposição Ice Merchants: do Sub-Consciente ao Ecrã — da espanhola Estibaliz Urresola Solaguren e do coletivo de media de guerrilha pseudo-marxista, Total Refusal.

A programação do Curtas Vila do Conde integra ainda um programa especial de cinema e oficinas dedicadas ao público infantojuvenil e familiar Curtinhas, assim como a competição de cinema de escola Take One e o Prémio do Público Europeu.

Anunciado para a edição deste ano estavam já os programas centrados nas obras de Billy Roisz, Deborah Stratman e Radu Jude, bem como os dois filmes-concerto integrantes da secção Stereo: Bohren & der Club of Gore x Le Révélateur, de Philippe Garrel (13 de julho, 23h30, Teatro Municipal de Vila do Conde), e Miaux x Carnival of Souls, de Herk Harvey (14 de julho, 23h30, Teatro Municipal de Vila do Conde), bem como o regresso aos palcos dos TURBO JUNK I.E. (10 de julho, 23h30, Teatro Municipal de Vila do Conde).

 

Competição Internacional

A Competição Internacional é a grande montra que tem permitido acompanhar e descobrir o melhor que tem sido feito na curta-metragem a nível mundial.

Parte integral do programa do Curtas Vila do Conde desde a primeira edição do festival, em 1993, a Competição Internacional é a grande montra que tem permitido, ao longo dos anos, acompanhar e descobrir o melhor que tem sido feito na curta-metragem a nível mundial. Esta secção tem sido marcada sempre por uma grande diversidade, quer em termos de origem geográfica dos filmes, quer em termos de estilos (ficção, documentário e animação), mas também de possibilidades e tendências do próprio cinema: mais ou menos narrativo, contemplativo ou subjetivo, entre diversas hipóteses.

Uma outra grande marca desta secção é a forma como apresenta, lado a lado, novos trabalhos de autores consagrados e de talentos emergentes do cinema mundial. Do lado dos “veteranos”, temos este ano nomes como Lucrecia Martel (“Camarera de Piso”), Clara Simón (Carta a mi madre para mi hijo”), Antonin Peretjatko (“Les algues maléfiques”), Jean-Gabriel Périot (L'effort des hommes), Théo Dégen (desta vez com “Alice and the Sunflowers”, co-realizado com Charlotte Muller), e a dupla Benjamin de Burca e Bárbara Wagner (“Fala da Terra”), repetente no Curtas. Do lado dos novos autores, esta será uma oportunidade para descobrir as obras da francesa Sarah-Anaïs Desbenoit, do egípcio Morad Mostafa, da francesa Julia Kowalski, do chinês Zhang Dalei, do franco-alemão Lucas Malbrun, do italiano Francesco Sossai, e da espanhola Irati Goroxstidi Agirretxe.

 

Filmes do Panorama Nacional

O programa Panorama Nacional traz a Vila do Conde uma seleção das melhores curtas-metragens portuguesas que estrearam, ao longo do último ano, em diferentes festivais nacionais e internacionais.

Este ano, o programa do Panorama Nacional é composto por três curtas-metragens que refletem a diversidade de abordagens estético-formais a que o cinema português contemporâneo nos tem vindo a habituar: 'O Homem das Pernas Altas', de Victor Hugo, que estreou mundialmente em março na Monstra Festival de Animação de Lis- boa; 'Naquele Dia em Lisboa', que estreou recentemente no IndieLisboa, de Daniel Blaufuks, que assim regressa ao Curtas; e 'O Pátio do Carrasco', de André Gil Mata, em competição na edição deste ano do prestigiado Festival de Roterdão, que marca o regresso do realizador ao formato curta-metragem e, por isso, ao Curtas Vila do Conde.

 

Filmes do New Voices

Pelo terceiro ano, o programa New Voices apresentar os mais promissores realizadores, direcionando o Curtas para o futuro do cinema contemporâneo

Pela secção New Voices já passaram nomes que se fazem ouvir por festivais do mundo inteiro, tais como Ana Maria Gomes, Elena López Riera, Ana Elena Tejera, Jacqueline Lentzou, Jorge Jácome, Ali Asgari e Farnoosh Samadi, e, no ano passado, a francesa Céline Devaux e o espanhol Chema García Ibarra. Este ano, a atenção vai para a cineasta do País Basco Estibaliz Urresola Solaguren, para o internacionalmente aclamado realizador português de animação João Gonzalez e para o coletivo austríaco Total Refusal, composto por Michael Stumpf, Robin Klengel, Leonhard Müllner, Susanna Flock, Adrian Jonas Haim e Jona Kleinlein.

Não deve ter havido um cineasta português mais mediático na imprensa nacional e internacional em 2023 do que João Gonzalez. A nomeação de 'Ice Merchants' para o Óscar de Melhor Curta de Animação catapultou o nome do realizador para as primeiras páginas dos jornais e para a abertura dos noticiários televisivos. Mas o Curtas já está atento ao cineasta há muitos anos: foi em Vila do Conde que ele apresentou 'Voyager', em 2017, e 'Nestor', em 2019, ambos na competição de escolas. Foi também no Curtas que, em 2022, estreou em Portugal a tão celebrada 'Ice Merchants', poucas semanas após ter sido premiada com o Prémio do Júri da Semana da Crítica em Cannes. Em Vila do Conde, mereceu os Prémios de Melhor Filme da Competição Nacional, o Prémio Fundação INATEL e o Prémio do Público da Competição Internacional.

A realizadora basca Estibaliz Urresola Solaguren chamou a atenção para a sua obra no início deste ano com a estreia da sua primeira longa-metragem de ficção, '20.000 Especies de Abejas' (2023), na competição oficial do prestigiado Festival de Berlim. Até então, a realizadora já contava com um documentário, 'Voces de Papel' (2016), e quatro curtas-metragens: 'ADRI' (2012); 'Nor Nori Nork' (2018); 'Polvo Somos' (2020); 'Cuerdas' (2022), esta última exibida no Curtas de 2022.

“Um grupo pseudo-marxista de guerrilha mediática, centrado na intervenção artística e na apropriação de jogos de vídeo tradicionais”: é esta a forma como os membros do coletivo Total Refusal autodefinem a sua atividade. Fundado em 2018 por três artistas austríacos, Michael Stumpf, Robin Klengel e Leonhard Müllner, aos quais se juntaram mais tarde Susanna Flock, Adrian Jonas Haim e Jona Kleinlein, o grupo tem-se destacado pela forma original e muito perspicaz como explora uma espécie de subgénero da curta-metragem. Um novo formato algures entre o documentário, o vídeo-ensaio e a animação, utilizando imagens criadas a partir de jogos de vídeo para construir uma mensagem crítica da sociedade atual.

 

O FILMar e o Curtas juntam-se para rever a obra assinada por Augusto Cabrita (1923-1993) no centenário do seu nascimento.

O FILMar e o Curtas juntam-se para rever a obra assinada por Augusto Cabrita (1923-1993), no centenário do seu nascimento, com um conjunto de sessões, conversas e uma exposição que sublinham as dimensões de atento observador do diálogo entre a paisagem, social e marítima, a sua transformação pela ação humana, e o que se pode guardar de uma memória em fuga.

António Cabrita assinou muitos documentários, por encomenda e institucionais, nos quais se sublinha um olhar atento à expressividade das paisagens, naturais ou industrializadas. A par do seu trabalho enquanto fotógrafo e diretor de fotografia de uma geração de cineastas seus cúmplices numa luta social muito para lá do cinema, assinou alguns títulos que transformam a impressão do documentário enquanto registo. Efetivamente, as imagens que vai gerindo, num equilíbrio atento às tensões entre a memória e a inovação, são o retrato de um país onde a mão-de-obra se vê transferida para o progresso, e onde o quotidiano das cidades se acelera face a uma transformação física dos espaços e das indústrias.

Dois momentos especiais com Deborah Stratman, no âmbito da exposição que apresenta na Solar – Galeria de Arte Cinemática e do programa InFocus que o Curtas lhe dedica este ano.

 

Dois momentos especiais com Deborah Stratman este ano em Vila do Conde.

A visita guiada à exposição Unexpected Guests, que inaugura dia 8 de julho, na Solar – Galeria de Arte Cinemática, propondo aos visitantes uma incursão no universo de Deborah Stratman através da sua câmara.

E, no âmbito do programa InFocus que o Curtas dedica à cineasta e artista americana este ano, a masterclass Radical Listening, na qual se examinará o enorme potencial do som para desafiar os nossos hábitos de atenção, abordando o áudio como motor primário e como construtor do espaço na sua obra.

 

Conversas com os realizadores presentes, uma masterclass para jovens realizadores e o lançamento de um livro sobre os primórdios do novo cinema espanhol.

O 31.º Curtas promove o contacto com os realizadores, numa série de conversas e masterclasses durante toda a semana. Nota para a masterclass para jovens realizadores sobre como sobreviver no mundo dos festivais, a masterclass com a autora em foco, Deborah Stratman, e o lançamento de um livro sobre os primórdios do novo cinema espanhol.

 

O programa Curtinhas inclui, além dos filmes em competição, oficinas para os mais novos e o espaço 'Brincar ao Cinema', encerrando com o filme 'Elemental'.  

O Curtinhas é um minifestival dentro do Curtas Vila do Conde — que surge como prolongamento do programa ANIMAR, promovido anualmente pela Solar – Galeria de Arte Cinemática e pelo Serviço Educativo da Curtas CRL — pensado para o público infantojuvenil e famílias.

O programa Curtinhas inclui competições em três faixas etárias — M/3, M/6, M/9 — cujos vencedores são escolhidos por um atento e exigente júri composto por um grupo de 10 crianças, com idades entre os 8 e os 12 anos.

A fechar o programa e após a entrega de prémios, é exibido o filme Elemental, de Peter Sohn, a nova longa-metragem original de animação da Disney/Pixar, que acompanha a dupla improvável de Ember e Wade na Cidade dos Elementos, onde os habitantes do fogo, da água, da terra e do ar vivem juntos.

Durante todo o festival, o ANIMAR – Serviço Educativo agiliza o espaço infantil Brincar ao Cinema. No 1.º piso do Teatro Municipal de Vila do Conde tem lugar uma programação permanente de ateliers de curta duração para crianças dos 4 aos 12 anos – num horário coincidente com as sessões de cinema, permitindo aos espectadores do festival assistir às sessões —, sob a orientação de uma equipa de formadores.

No segundo fim-de-semana do festival, decorrem três oficinas temáticas, organizadas por entidades parceiras.

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