Todos os amantes das palavras têm, a partir de hoje, 15 dias para conhecer ao pormenor toda a programação que vai dar vida a mais uma edição da Feira do Livro do Porto. Entre conversas, apresentações, concertos e atividades para os mais novos, haverá muita literatura e poesia para lá do livro-objeto nos Jardins do Palácio de Cristal. O grande festival literário da cidade arranca a 25 de agosto.
A primeira página desta história é escrita em forma de exposição. "Pina Germano" junta memórias, epístolas e documentos que testemunham "uma amizade de vida portuense, mais forte que a fraternidade, que juntou Manuel António Pina e Germano Silva, companheiros de armas feitas de palavras". A mostra inaugura no primeiro dia da Feira do Livro e mantém-se na Biblioteca Municipal Almeida Garrett muito para lá do festival, até janeiro de 2024.
A vida, a obra, a pessoa de Manuel António Pina, o autor homenageado nesta edição, norteiam grande parte da programação. Também a 25 de agosto, a Concha Acústica ganha um mural. "Como se desenha um sonho" explora o poema "Como se desenha uma casa" e expõe "a casa como alicerce. Lugar onde se delineia e transforma o contorno do corpo. Onde as recordações se fragmentam, se acumulam, se distanciam, se reposicionam".
Para as crianças, a primeira oferta da Feira do Livro são os "Contos à Sexta", onde Clara Haddad conta histórias do Líbano, de Portugal, do Brasil, da França, do México e do mundo. "Porque há contos que à sexta ganham vida e nos fazem sonhar acordados por mundos imaginários, conhecer personagens fascinantes e viver aventuras incríveis".
Dos contos à música, Mafalda Veiga sobe à Concha Acústica para "Dar corda às palavras", no primeiro de uma série de concertos com "projetos desafiantes, distintivos, sonoridades improváveis ao serviço da celebração da palavra".
Pela noite dentro, a Biblioteca Almeida Garrett celebra "Canções com Pessoa", nas vozes de Ana Deus e Luca Argel, que trazem o espetáculo "Ruído Vário", 15 canções inéditas, escritas quase todas sobre textos do Fernando Pessoa.
Tudo isto e é apenas o primeiro dia. Até 10 de setembro, serão 20 conversas, 21 concertos, quatro sessões de cinema, cinco sessões de humor e 58 atividades para bebés, infantojuvenis e famílias, além das 108 editoras, livreiros e alfarrabistas distribuídos por 130 pavilhões renovados, para maior conforto e acessibilidade.
"É então isto um livro"
Numa mensagem sobre esta edição da Feira do Livro, o presidente da Câmara do Porto sublinha que esta não se quer "a maior, nem a mais ruidosa, ainda que sempre ansiada e popular". Não é, pois, "uma Feira que se impõe pela histeria das novidades editoriais, antes convida à descoberta e à flânerie pela Avenida das Tílias", afirma Rui Moreira.
E acrescenta: "uma Feira do Livro que interpela o público, os leitores – os de sempre e os que se estão a descobrir –, e propõe, ano após ano, uma programação rica, vibrante, diversa, que abre espaço à comunhão em torno da palavra escrita ou dita. E os livros, sempre eles, em lugar de destaque".
Todas as palavras que contêm a programação e informação completa sobre a Feira do Livro estão disponíveis para leitura na página do festival.