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O município de Esposende quer ser compensado pelo desassoreamento nas suas praias devido aos esporões situados em Viana do Castelo e Castelo de Neiva. Com as praias desclassificadas, o presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira fala, para além da reposição de sedimentos, de outros projetos que poderiam compensar o concelho.

Há nove anos realizou-se uma conferência em Esposende na qual se “concluiu que os processos de grande erosão costeira são originados por dois aspetos: a carência sedimentar que tem a ver com a construção das barragens e a construção dos esporões marítimos que impactaram mais, pois cortaram as correntes que ajudaram a sedimentar a costa”, revelou o autarca. “As alterações climáticas pesaram apenas 10 por cento nesta equação. Tudo o resto resultou da ação humana”.

Por tal, a autarquia espera a “sensibilização de quem tem responsabilidade sobre o território, nomeadamente o Ministério do Ambiente”, para que o concelho não seja “o parente pobre de tudo isto”.

Ou seja, afirma Benjamim Pereira, o que se pretende é que quando se precisar de fazer intervenções que exista apoio para as mesmas”, de forma a “tentar, no mínimo, remediar o impacto das obras.”, pois “há uma fatura a pagar que tem de ser dividida por todos”, sabendo que “não é justo sacrificar uma parte da população para benefícios dos outros”.

“Aquilo que reclamamos é que olhem para o nosso território e nos permitam fazer as intervenções que temos de fazer de defesa e reposição de areias” e que “haja dinheiro para isso para não sermos ostracizados”, reforçou o edil.

Antas, Belinho, S. Bartolomeu do Mar e Rio de Moinhos são algumas freguesias que viram as suas praias desclassificadas, nas quais a areia foi substituída por seixos. O desassoreamento da costa começa já a dar sinais junto da barra, em Suave Mar. “Não temos a ecovia do litoral que liga a foz do Neiva a Rio de Moinhos. É o mínimo que podemos pedir já que não pode usufruir das praias que se possa usufruir das paisagens”, mas até agora “não houve dinheiro para isso”, revelou Benjamim Pereira. “É aqui que se pode criar equilíbrios porque fomos prejudicados e ficamos sem as praias com usufruto balnear. Mas podemos usufruir de outra forma”.

Para além disso, a tutela “tem que encontrar dinheiro para resolver o problema da barra e das Pedrinhas que são situações graves e que não cabe à Câmara resolver por ser jurisdição do Estado”.

Benjamim Pereira alerta ainda para a importância de se manter as praias a sul de Esposende até à Póvoa de Varzim e a “areia não vai aparecer do nada”, sendo que estes são “processos caros”. Embora exista diálogo com o Ministério do Ambiente “toda a burocracia é demorada” e por vezes não se tem “na altura própria o mecanismo financeiro adequado” e por isso é necessário “criar a oportunidade para avançar”. Por isso “é que andamos à frente com os projetos”, destacou o autarca de Esposende. 

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