Nesta que é quarta edição do prémio, o júri decidiu, por unanimidade, atribuir o prémio ex-aequo a duas obras: “Tudo pode ser roubado”, de Giovana Madalosso (Tinta da China), e “Baiôa sem data para morrer”, de Rui Couceiro (Porto Editora).
O júri, constituído pelos professores Sérgio Guimarães de Sousa (Universidade do Minho), na qualidade de presidente, Anabela Dinis Branco de Oliveira (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), na qualidade de vogal, e Maria Luísa Leite da Silva, vogal e representante do Município de Esposende, reuniu no dia 24 de julho, e, em conformidade com o Regulamento em vigor, discutiu o mérito literário de cada uma das 220 obras que se apresentaram a concurso, tendo decidido atribuir, com igual mérito, o prémio aos dois referidos autores.
“A atribuição do prémio a “Tudo pode ser roubado” justifica-se amplamente por se tratar de um livro dotado de enorme plasticidade e competência estilística, capaz de traduzir de modo impressivo e desinibido a atmosfera de São Paulo e seus subúrbios através de uma intriga extremamente original, na qual a obra literária “O Guarani” detém papel principal”, sustenta o júri.
A autora, Giovana Madalosso, é brasileira, natural de Curitiba, onde nasceu em 1975, residindo atualmente em São Paulo. É formada em jornalismo e, durante quinze anos, trabalhou como redatora publicitária, sendo que atualmente escreve também roteiros para televisão.
No caso de Baiôa sem data para morrer, o júri considerou o romance “exemplar no confronto de gerações e de espaços – Lisboa e Alentejo – por via de uma escrita intensa e muito criativa que percorre as andanças e os mistérios da morte e a preservação da arquitetura nos relacionamentos interpessoais”.
Rui Couceiro nasceu no Porto, em 1984. É licenciado em Comunicação Social, mestre em Ciências da Comunicação e tem uma pós-graduação em Estudos Culturais. Exerceu jornalismo até 2006, quando decidiu apostar noutra paixão – os livros. Foi assessor de comunicação e coordenador cultural, e atualmente é editor. Escreve para o site da revista Visão e é, desde 2021, membro do Conselho Cultural da Fundação Eça de Queiroz.
O júri manifestou ainda satisfação pelo número elevado de obras a concurso, provenientes de vários países de língua portuguesa. A cada edição é crescente o número de concorrentes, o que denota o interesse e a importância que o Prémio Literário Manuel de Boaventura tem vindo a granjear. Na primeira edição, em 2017, o Prémio foi ganho pela escritora Ana Margarida de Carvalho com a obra “Não se pode morar nos olhos de um gato”, em 2019, por Filipa Martins, com o livro “Na Memória dos Rouxinóis” e, em 2021, por Mia Couto com “O Mapeador de Ausências”. A entrega do prémio a Giovana Madalosso e a Rui Couceiro ocorrerá em data a anunciar, previsivelmente no próximo mês de setembro.
Recorde-se que o Prémio Literário Manuel de Boaventura foi instituído pela Câmara Municipal de Esposende, com o intuito de homenagear e divulgar este escritor e homem de cultura, natural de Vila Chã, Esposende. De periodicidade bienal e com o valor pecuniário de 7 500 euros, contempla a modalidade da criação narrativa de Romances ou de Contos da autoria de escritores de língua portuguesa.