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Barcelos celebrou 95 anos de elevação à categoria de Cidade e prestou homenagem a doze personalidades, entre as quais a cantora Gisela João, o oboísta Samuel Bastos e o fundador da Impetus, que “pelo seu percurso de vida, pela postura moral, e pela intervenção social, empresarial, académica e científica que tiveram, (e muitos ainda têm) contribuíram, de forma muito substantiva e significativa, para a afirmação da cidade e do concelho, no panorama regional, nacional e internacional”, considerou, no seu discurso, o presidente da autarquia, Mário Constantino.

O Autarca lamentou que “no caso do Samuel Bastos, o reconhecimento municipal tenha chegado tarde, pois, infelizmente, já não se encontra entre nós”.

 

Saiba tudo sobre os condecorados:

 

Victor Pinho - Medalha de Bons Serviços, Grau Prata

Victor Manuel Martins Pinho da Silva nasceu em Monção, no dia 28 de setembro de 1953.

Professor e Bibliotecário, licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, em 1979, e especializou-se em Ciências Documentais, pela mesma Faculdade, no ano de 1991.

Foi professor em Barcelos, nas escolas de Viatodos e Arcozelo, e também lecionou nas localidades de Fafe, Monção e Melgaço. 

Victor Pinho iniciou funções no Município de Barcelos, no dia 1 de outubro de 1984, concretamente, na Divisão de Biblioteca, Arquivo e Documentação. Foi dirigente da Biblioteca Municipal de Barcelos durante trinta e seis anos, tendo papel muito importante na instalação e dinamização da Biblioteca, na chamada Casa dos Machados da Maia, já lá vão 25 anos.

Foi grande promotor da leitura pública, assumindo também a autoria da conceção e organização de várias exposições documentais e iconográficas, e respetivos catálogos.

Fez (e ainda faz) parte de diversas instituições concelhias - Rotary Clube de Barcelos, Tertúlia Barcelense, Santa Casa da Misericórdia, Real Irmandade do Senhor Bom Jesus da Cruz, Círculo Católico de Operários de Barcelos, entre outras.

 

Amadeu Moreira Barbosa - Medalha de Bons Serviços, Grau Prata

Amadeu Moreira Barbosa nasceu a 6 de julho de 1953, em Lordelo, concelho de Paredes.

Aos vinte anos, foi afetado por uma atrofia do nervo ótico (glaucoma) e aos vinte e dois anos perdeu a visão. Perante esse infortúnio, viu-se na necessidade de fazer reabilitação em locomoção, atividades diárias e especializou-se na escrita Braille.

Integrado na Educação de Adultos, ensinou braille a pessoas com deficiência visual, e fez um curso de telefonista na cidade do Porto.

Iniciou as suas funções de telefonista no Município de Barcelos, no dia 4 de maio de 1981.

No início, naturalmente, sentiu algumas dificuldades, mas após o período de adaptação, Amadeu Barbosa rapidamente passou a ser um excelente funcionário e uma das vozes mais conhecidas do concelho.

Prova disso, a Câmara Municipal de Barcelos aprovou, a 4 de junho de 1997, o reconhecimento de mérito excecional, do qual resultou uma progressão na sua carreira profissional.

Ao longo dos seus 42 anos de serviço, demonstrou sempre grande dedicação ao Município e à cidade, de resto, sua terra adotiva e onde continua a viver.

Aposentou-se do trabalho no passado mês de julho, mas o Município não se aposentou do nosso amigo Amadeu.

 

Samuel Bastos - Medalha de Mérito Municipal, Grau Prata (a título póstumo)

Samuel Bastos nasceu na freguesia de Oliveira, Barcelos, em 1987, e faleceu precocemente, em Zurique, a 18 de maio de 2019.

Tendo iniciado, com o seu pai, os estudos musicais aos 7 anos, ingressou depois no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, de Braga, e na Escola Superior de Música de Lisboa.

Aos 17 anos, integrou a Orquestra Juvenil da União Europeia, mais tarde a Orquestra de Sopros Europeia, a Orquestra Mundial e a Orquestra Juvenil Gustav Mahler, com quem realizou digressões por toda a Europa e China.

Em 2012, foi admitido simultaneamente na Academia Filarmónica de Berlim e na Orquestra da Ópera de Zurique.

Foi vencedor de prestigiados concursos, nos Estados Unidos da América, em Itália, na Finlândia, no Reino Unido, na Alemanha, e na Suíça.

Em Portugal venceu o Yamaha Music Foundation of Europe, o Prémio Jovens Músicos, o Prémio Maestro Silva Pereira e o Concurso Internacional de Instrumentos de Sopro “Terras de La Salette”.

Apresentou-se como solista em dezenas de países e, face à sua qualidade excecional de interpretação, foi convidado como oboísta solista, em mais de três dezenas de orquestras europeias e mundiais.

Foi membro fundador da Revista Musical Portuguesa Da Capo e colaborou regularmente com a Orquestra XXI.

 

Gisela João - Medalha de Mérito Municipal, Grau Prata

Gisela João Gomes Remelhe nasceu em Barcelos a 6 de novembro de 1983.

Começou a interessar-se pelo Fado ainda em criança, e, entre os 16 e 17 anos de idade, cantou na "Adega Lusitana", situada na cidade de Barcelos.

Saída da sua zona de conforto à conquista dos seus sonhos, muda-se para o Porto e posteriormente para Lisboa.

Em 2009, grava um álbum com o grupo Atlantihda. Depois, é convidada de Fernando Alvim, histórico guitarrista português e "cúmplice" de Carlos Paredes, e participa no disco "O Fado E As Canções do Alvim".

Paulatinamente, vai conquistando o seu espaço e o seu público: primeiro o público da capital, depois o país inteiro, e mais tarde a consagração internacional.   

A presença de Gisela João em palco e a entrega de corpo e alma nas suas atuações foram determinantes para que se consagrasse artista de referência da música portuguesa e conquistasse, entre outros, os prémios Blitz, Time Out, Expresso e Globo de Ouro para Melhor Intérprete Nacional. 

Do seu percurso musical realce Em meados de 2013, lança o seu disco de estreia “Gisela João”, que passadas duas semanas alcançava o primeiro lugar no Top de Vendas Nacional, e dois anos depois era Disco de Platina.

Em 2014, a artista obtém o prêmio José Afonso, tendo o júri considerado que a fadista é "a melhor voz que já apareceu depois de Amália".

Dois anos mais tarde, em 2016, e após ter dado dezenas de espetáculos por todos os continentes, Gisela grava o seu segundo álbum -"Nua", no qual apresenta fados clássicos complementados com obras vestidas de modernidade.

Mais recentemente, decorria o ano de 2021, a fadista lança o videoclipe "Louca", um single que integra o seu álbum "AuRora".

Hoje, além de intérprete, é também letrista e compositora, assumindo posição de relevo, no conjunto das grandes figuras da música portuguesa.

 

Patrícia Gonçalves - Medalha de Mérito Municipal, Grau Prata.

Ana Patrícia Carvalho Gonçalves é natural de Barcelos, onde nasceu a 17 de março de 1979.

É Professora Associada no Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico de Lisboa e responsável pelas disciplinas de 2º ciclo de Física das Radiações e Tecnologias de Física Nuclear e de Partículas que integram os currículos dos Mestrados em Engenharia Biomédica, Proteção e Segurança Radiológica e Engenharia Física, e do curso de Projeto e Simulação de Detetores de Radiação, no Programa de Doutoramento em Física.

Iniciou o seu trabalho científico em Física Experimental de Partículas em 1996, participando na experiência DELPHI, um dos quatro detetores instalados no acelerador de partículas LEP - da Organização Europeia para Investigação Nuclear CERN, e sobre a qual a desenvolveu a sua Tese de Doutoramento em Estados Finais Multifotónicos.

A partir desse ano, consolida a sua investigação na área da Física de Astropartículas, participando na experiência AMS (EIMS) até 2005, como pós-doutorada, colaborando também com o Observatório Pierre Auger, desde 2006.

Nos últimos 17 anos, contribuiu para a criação e desenvolvimento de um Grupo de Pesquisa no Instituto Superior Técnico de Lisboa, centrado na aplicação de instrumentos e métodos experimentais de física de partículas, no campo do Ambiente e Efeitos da Radiação Espacial.

Em 2016, foi-lhe atribuída uma bolsa do Conselho Europeu de Investigação para desenvolver o seu trabalho sobre limites hidrodinâmicos e flutuações de equilíbrio.

 

Inês de Paula Costa Monteiro - Medalha de Mérito Municipal, Grau Prata.

Inês de Paula Costa Monteiro, nasceu em Barcelos, em 12 de setembro de 1992, e aqui frequentou o ensino primário, básico e parte do secundário, nas escolas Gonçalo Pereira, Gonçalo Nunes e Secundária de Barcelos.

Estudou medicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, enquanto se envolveu em alguns projetos de voluntariado nacional e internacional.

Durante os anos de faculdade, apercebeu-se do seu gosto pela ciência básica e, ao mesmo tempo, pelo contacto com os doentes e as suas famílias, pelo que especializar-se em oncologia aconteceu como uma decisão natural.

Todavia, antes de terminar o curso, procurou oportunidades para conciliar a especialidade clínica em oncologia com um doutoramento, encontrando essa oportunidade na Suíça, para onde emigrou em 2016 e onde vive desde então.

Em Lausanne, trabalha como médica, ainda a concluir a especialidade em oncologia, e como investigadora na área da imunologia tumoral: domínio da medicina que estuda a interação do cancro com as defesas do corpo humano, tendo como objetivo melhorar o tratamento dos doentes com doença oncológica

Um primeiro projeto, na área do melanoma, permitiu-lhe adquirir o grau doutoral e receber um prémio que distingue as melhores teses da universidade de Lausanne. Entretanto, foi-lhe atribuída uma bolsa de mérito nacional pela Academia Suíça das Ciências Médicas.

Esta bolsa, permite-lhe trabalhar atualmente no projeto de doutoramento que tenta compreender o papel das células imunitárias recentemente descobertas, na interação com as células estaminais do cancro, um projeto que foi recentemente distinguido com o prémio de melhor projeto em células estaminais da Universidade de Berna.

 

Alberto Queiroga Figueiredo - Medalha de Mérito Municipal, Grau Prata

Alberto Queiroga Figueiredo, 73 anos, começou no negócio têxtil de confeção de roupa interior com a sua esposa, Maria Emília, decorria o ano de 1973.

Subiu a pulso na criação do seu Grupo têxtil, que se tornou especializado em roupa interior para homem, mas que, entretanto, se alargou ao feminino e ao vestuário de trabalho e de desporto.

O que começou com seis pessoas, quatro máquinas e um sonho de família, tornou-se uma presença industrial e comercial com dimensão global, que hoje emprega mais de 900 trabalhadores e é um dos líderes mundiais no setor.

Impulsionada por quase meio século de experiência e por um compromisso com os clientes e a comunidade, a IMPETUS permanece solidamente assente numa base familiar, assegurada por uma nova geração que acredita nos mesmos valores.

O Grupo empresarial distribui-se por diversos polos, entre os quais uma unidade produtiva em Fão e uma tinturaria e estamparia em Barcelos. Tem também uma empresa comercial em Espanha e outra em França, constituindo-se como motor económico da região e do país. 

Hoje, o Grupo Impetus possui uma das mais completas estruturas verticalmente integradas da Europa, apoiada por diversos departamentos, que incluem Inovação e Desenvolvimento e Logística. O aperfeiçoamento desta estrutura garante a flexibilidade e capacidade de oferecer aos seus clientes um serviço da mais alta qualidade e ajustado à suas necessidades.

Simultaneamente ao trabalho empresarial, Alberto Figueiredo desenvolveu intensa atividade cívica e política, tendo exercido, entre outros, os cargos de Presidente da Câmara Municipal de Esposende, Presidente da Assembleia Municipal de Esposende e de Deputado na Assembleia da República.

 

António Herculano - Medalha de Mérito Municipal, Grau Prata

António Herculano Martins Ferreira nasceu a 21 de maio de 1956, na freguesia de Pedra Furada. Os seus pais, Herculano Ferreira e Maria Antonieta Oliveira, eram os proprietários de uma ‘benda’ em Pedra Furada, casa que abriu em outubro de 1946, e que mais tarde se transformou no restaurante que hoje todos conhecem.

Em dezembro de 1978, depois de uns anos a viajar e a acumular conhecimentos, António Herculano regressa a casa para apoiar a mãe na “benda” e no pequeno restaurante.

Paulatinamente, juntamente com as irmãs, o trabalho e a dedicação que colocam no seu trabalho, aliados à excelência gastronómica dos seus cozinhados, tornam o Restaurante Pedra Furada um ícone da gastronomia Minhota, cuja mediatização catapultou para a esfera nacional e até internacional, principalmente também pelo contacto e serviço prestado aos muitos clientes peregrinos do Caminho de Santiago.

Em poucos anos, Barcelos, conhecida pela Terra do Galo, passa a ser também catapultada por esta unidade de restauração, que preserva a alma e a essência da gastronomia tradicional portuguesa. Um legado singular que o António Herculano proporciona ao mundo e que partilha com os seus clientes.

Perante a exponenciação do Caminho de Santiago, Herculano assume-se acérrimo defensor do caminho português, que atravessa o território do Concelho de Barcelos, sendo uma das vozes mais ativas na defesa dos interesses dos peregrinos.

 

Professor Constantino Lopes - Medalha de Mérito Municipal, Grau Prata.

Constantino José Leite da Silva foi professor, inspetor, diretor escolar, fundador e presidente do Grupo GASC – Grupo de Ação Social Cristã. Nasceu a 6 de abril de 1938, em S. Jorge de Selho, Guimarães.

Possui o curso de Escola do Magistério Primário de Braga e o antigo 7º ano do liceu, e frequentou o curso de Direito na Universidade Lusíada do Porto. Iniciou a sua atividade profissional como docente em 1958, lecionando no concelho de Fafe. Em 1960 concorreu para o concelho de Barcelos, permanecendo na Escola Gonçalo Pereira, até maio de 1964, quando foi colocado em Malanje-Angola, onde chegou a Diretor Escolar. Em1968, depois de um breve período em Portugal, volta a Angola, exerce numa Escola de Formação de Professores em Cabinda, e depois passa a Diretor em várias instituições de ensino, acabando por ser nomeado Inspetor Orientador em Malanje decorria o ano de 1974.

Após o 25 de Abril de 1974 voltou a Portugal, e já não regressa ao continente africano devido aos conflitos político-sociais, que Angola vivia.

Integrado no quadro geral de Adidos, em 1975, trabalhou alguns meses nas cadeias de Braga e Guimarães, como técnico superior social e de educação, tendo depois sido recrutado pelo Ministério da Educação, para Diretor-Geral do Ensino Básico, em Lisboa.

Mais tarde ingressa na Inspeção do Ensino Particular, com funções em Lisboa e no Porto e em 1981 é integrado na Inspeção-Geral de Educação e Ensino e promovido a Inspetor Principal cargo que exerceu até 2000, nos concelhos de Guimarães, Fafe, Famalicão, Celorico, Mondim, Ribeira de Pena e Barcelos.

Após a sua aposentação, acentua o seu trabalho social, participando na Fundação do GASC – Grupo de Ação Social Cristã, instituição da qual foi Presidente durante 38 anos, deixando uma marca indelével no trabalho que desenvolveu, fazendo da instituição uma referência nacional no apoio social que presta aos mais desfavorecidos e excluídos.

Com efeito, o GASC afirma-se como Instituição Particular de Solidariedade Social, que intervém nas áreas da Violência Doméstica, Dependências, Carência Socioeconómica e Sem-Abrigo e é reconhecido pelo trabalho de qualidade, de proximidade e de pormenor, desenvolvido ao nível concelhio e ao nível nacional

 

Eduarda Rego - Medalha de Mérito Municipal, Grau Prata.

Maria Eduarda Rego nasceu a 6 de junho de 1940, na cidade do Porto, onde fez todo o seu percurso académico, tendo-se formado na Escola de Enfermagem das Franciscanas Missionárias de Maria.

Após se ter casado, decorria o ano de 1965, veio morar para Barcelos, de onde era natural a sua família paterna, bem como o seu marido.

Presidente da Direção da APACI, tem uma vida dedicada às causas humanitárias e sociais que, através da Associação de Pais e Amigos das Crianças Inadaptadas, instituição que abraçou desde a sua fundação a 7 de abril de 1978, ajudou a apoiar e melhorar a qualidade de vida de centenas de pessoas com incapacidade e suas famílias.

Eduarda Rego dirige a APACI há cerca de quarenta e cinco anos, depois de suceder ao seu marido, o médico Dr. Aníbal Araújo, falecido num acidente de viação, em junho de 1978 e com o qual fundou esta associação no mês de janeiro daquele ano.

São mais de quatro décadas dedicadas à causa social e à integração, sempre com o foco na promoção intelectual, moral e social das crianças inadaptadas, com vista à sua perfeita adequação ao meio e à sua integração na sociedade.

A sua missão é melhorar a qualidade de vida das pessoas com necessidades especiais e/ou incapacidades e suas famílias.

 

Júlia Côta - Medalha de Honra da Cidade de Barcelos – Grau Ouro.

Júlia da Rocha Fernandes de Sousa, conhecida por “Júlia Côta”, nasceu na freguesia de Galegos Santa Maria, Barcelos, em 26 de dezembro de 1935.

Figura incontornável no figurado de barro de Barcelos, nasceu no meio do barro, no seio de uma família de reputados ceramistas – a sua mãe era a conhecida Rosa Côta e o seu avô, Domingos Côto, considerado o criador do primeiro galo de Barcelos.

Começou a trabalhar ainda em criança, espalmando sapatas para as figuras que a sua mãe fazia. Durante muito tempo, limitou-se a pintar bonecos, tendo trabalhado para uma fábrica, onde ia buscar e levar a louça que pintava em casa. Quando não tinha louça para pintar ajudava a mãe a aparelhar as figuras saídas da roda, ou seja, a concluir a modelação, colocando braços, pernas, olhos, instrumentos musicais e diversos adereços.

Com o passar do tempo fez desta arte a sua forma de vida e os seus bonecos de barro estão profundamente ancorados no imaginário popular minhoto.

Modela frequentemente galos de Barcelos, músicos, diabos, peixeiras ou camponesas com grandes brincos de ouro. Contudo, não raras vezes, Júlia Côta dá largas à sua imaginação, criando criaturas fora do reportório mais tradicional.

A pintura dos seus bonecos é amplamente elogiada, quer pelos motivos, quer pela profusão de cores que utiliza, num estilo de figurado muito particular, que dá corpo a um mundo fantástico repleto de cores e alegria.

De personalidade expansiva, tem oficina na casa onde habita, recebendo sempre calorosamente quem a quiser visitar, sejam vizinhos, clientes, curiosos ou até turistas.

Júlia Côta tem “o coração ao pé da boca”, e ora solta uma gargalhada, ora a voz fica presa quando fala da dureza que foi a sua vida.

É um dos nomes que faz do figurado de Barcelos a arte popular mais conhecida em Portugal e cuja fama e apreço ultrapassa fronteiras, chegando aos quatro cantos do mundo. 

 

António Júlio de Faria Limpo Trigueiros - Medalha de Honra da Cidade de Barcelos – Grau Ouro.

António Júlio de Faria Limpo Trigueiros nasceu em 1966, em Barcelos, onde cresceu, na freguesia de Remelhe, e estudou até concluir o ensino secundário.

Após uma breve passagem pelo curso de Direito em Coimbra, conheceu nessa cidade os padres jesuítas e entrou no noviciado da Companhia de Jesus em 1989, com 22 anos.

Licenciou-se em Filosofia e Humanidades pela Faculdade de Filosofia de Braga da Universidade Católica Portuguesa (1996), foi professor de História e Português durante dois anos no Colégio de São João de Brito, em Lisboa (1996-1998) e de seguida foi estudar para Roma, onde fez o bacharelato em Teologia e a licenciatura em História da Igreja na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1998-2003).

Foi ordenado sacerdote em 2002 na igreja de São Roque, em Lisboa e celebrou a sua primeira missa na igreja de Remelhe.

Foi diretor do CREU (Centro de Reflexão e Encontro Universitário) no Porto de 2003 a 2006.

Após ter feito a última etapa de formação no Brasil, em São Leopoldo, Rio Grande do Sul (2006-2007) fez os últimos votos no Porto, em 2007, e foi destinado à casa de escritores da Brotéria, em Lisboa.

Em 2016 concluiu o doutoramento em História Moderna na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com a dissertação intitulada Os Jesuítas Portugueses exilados nos Estados Pontifícios no período pombalino e post-pombalino.

Foi Diretor da revista Brotéria, a revista cultural dos Jesuítas portugueses, entre 2017 e 2021.

Foi superior religioso da comunidade da Brotéria entre 2014 e 2021, e está, atualmente, encarregado da vasta biblioteca e dos seminários de investigação em História.

É académico correspondente da Academia Portuguesa de História, desde 2020 e investigador associado do Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

As suas áreas de interesse no campo da história centram-se na história dos Jesuítas lusitanos do século dezoito e na prosopografia jesuíta desde a sua fundação. Entre as suas publicações, destacam-se “I Gesuiti dell’Assistenza Lusitana esiliati in Italia” (1759–1831), (Pádua: 2013) e “A Sé Nova de Coimbra” (Coimbra 2011).

Publicou mais de quarenta artigos em revistas científicas ou culturais e participa regularmente em encontros científicos.

Desde 2019 que exerce as funções de reitor da Igreja de São Roque e de capelão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

No que se refere à sua terra natal, Barcelos, interessa-se desde muito jovem pela história local, com trabalhos publicados nas áreas do património, da genealogia e da heráldica. Publicou o primeiro trabalho em 1983, na Barcellos Revista quando tinha apenas 16 anos. Dentre as suas publicações sobre Barcelos de que é autor principal ou coautor, destacam-se a obra “Barcelos Histórico Monumental e Artístico” (Braga: 1998), ou a obra “A Casa do Menino Deus em Barcelos” (Barcelos: 2009), entre muitos outros.

A figura de D. António Barroso tem sido igualmente alvo da sua atenção em textos publicados nos três volumes de Estudos sobre D. António Barroso e no volume Entre a Monarquia e a República: Os Tempos de D. António Barroso, no Centenário da sua Morte (1918-2018). Publicou nas revistas Freguesias do Jornal de Barcelos, mais de cinquenta textos sobre famílias rurais das freguesias do concelho e sobre personalidades locais.

É ainda responsável pela edição e fixação do texto da obra manuscrita em onze volumes do Dr. António Ferraz, Apontamentos para a História de Barcelos, de que já saíram os três primeiros volumes, publicados pela Santa Casa da Misericórdia de Barcelos com o apoio da Câmara Municipal de Barcelos.

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