O evento que levava o folclore à aldeia acabaria por se tornar num “festival para a juventude” em 1971. Ganhou o título de "Woodstock" português. A partir de amanhã a freguesia de Vilar de Mouros recebe mais uma edição do seu festival. Por lá deverão passar 70 mil pessoas ao longo dos quatro dias.
Havia sinais de que algo iria acontecer na década de 60 na freguesia caminhense. De 1965 a 1967 em Vilar de Mouros realizava-se um evento de folclore, mas pelo qual acabariam por passar nomes como Zeca Afonso. Havia já um espírito livre. Vivia-se ainda em ditadura. Em 1971, o evento dá um salto “gigante” que fez dele o primeiro grande festival de música em Portugal.
O primeiro fim de semana da edição desse ano foi dedicado à música clássica com obras pensadas para o festival entre elas a A “Sinfonia desconcertante” dirigida pelo Maestro António Vitorino d’Almeia e que incluía a presença de Zés Pereiras.
No primeiro cartaz, o médico António Barge inseriu os grandes nomes nacionais em voga na altura como o Quarteto 1111, mas acabaria por surpreender tudo e todos com a “estrela”, de 24 anos, Elton John e, os na altura, muito recomendados Manfred Mann.
Mesmo com a PIDE, a vigiar os movimentos nos primeiros anos, houve atos de liberdade e libertação, fazendo conotar o festival português ao americano de Woodstock.
Peter Murphy, The Human League, dEUS, Editors, Stone Roses, The Cult, The Sisters Of Mercy, Placebo, Manic Street Preachers são nomes que fizeram a história de Vilar de Mouros. Portugueses também como os Madredeus, Carlos do carmo, GNR, David Fonseca, Salvador Sobral, Capitão Fausto ou mesmo os vianenses Jarojoupe.
Em 1982 passariam pelo palco uns desconhecidos irlandeses que se davam pelo nome dos U2 e que chegavam á freguesia caminhense com um recente álbum lançado: “Ocotber”.
A edição deste ano traz nomes numa linhagem de rock na qual o festival se tem mantido como referência. A boa novidade é que há mais um dia para os festivaleiros se entregarem á música, ao rio e ao ambiente próprio de Vilar de Mouros.
Cartaz e Horários
23 de agosto
00h00 - Xutos & Pontapés
22h30 - Limp Bizkit
21h00 - Enter Shikari
19h35 - The Last Internationale
18h45 - Micomaníacos
24 de agosto
00h30 - The Bloody Beetroots
22h45 - The Prodigy
21h00 - Millencolin
19h30 - Nowhere To Be Found
25 de agosto
00h15 - Pendulum
22h15 - Within Temptation
20h45 - Apocalyptica
19h15 - Bizarra Locomotiva
26 de agosto
00h45 - Ornatos Violeta
22h45 - James
21h00 - Guano Apes
19h30 – Peaches
As portas abrem todos os dias às 17h. As bilheteiras a partir das 14h00.