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No Alto Minho, agosto é o mês das romarias. Um pouco por todas as localidades se ouvem o som dos foguetes e a luz dos fogos de artifícios. Milhares concentram-se para ver cortejos e procissões. Em Paredes de Coura, em agosto, há também sons, luzes e milhares concentrados. Mas não é na romaria, mas sim no festival que para muitos é a “meca” da música indie em Portugal.

Inevitavelmente, por ali andava Vitor Pereira, o presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura. Inevitavelmente, não por ser autarca, mas pela sua paixão pelo festival. Recorde-se que foi um dos primeiros organizadores e subiu ao palco, três vezes, com a banda “Boucabaca”, a última delas em 2019. Só não tocou a primeira música do festival, em 1993 pois esse desígnio que ficou para a história pertenceu aos “Cosmic City Blues” que interpretaram uma versão de “Rock’n’Roll” dos Led Zeppelin.

Mas recordava o concerto dos “Queen Stone Age que foi um turbilhão ou dos Primal Scream que diziam que estavam acabados e chegaram aqui e deram um concerto maravilhoso”, recordou o autarca. A atuação dos Flaming Lips “que pela primeira vez usam a interação com a tecnologia no festival” é também memória guardada pela positiva sendo que pela negativa recordou os “Atari Teenager Riots cujo concerto tinha uma carga de decibéis tal que ficaram poucas pessoas a assistir”.

Para Vítor Pereira a edição de 2005 foi mítica depois da catástrofe financeira de 2004. “Arriscou-se tudo”, relembrou.

O autarca referiu sobre qual será o destino do festival, trinta anos depois: “Não perder a identidade e não entrar na loucura do mercado”. Deve haver "uma perspetiva a longo prazo e não estar a planear o festival edição a edição”, salientou ainda.

Para além disso, acredita que “o sucesso passa por cuidar melhor das pessoas e do alargamento das zonas de lazer e áreas de descanso”.

Não fosse a comunhão com a natureza uma das características que leva muito do público ao festival.

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