Visitar banner
Visitar banner

A Galaicofolia tem estado, neste fim de semana, em Esposende, a relembrar a história. O espaço onde o evento se realiza, o Castro de S. Lourenço, tem registos históricos bem longínquos no tempo, fazendo-nos recuar até à Idade do Ferro.

Segundo os dados arqueológicos foi edificado nesta época da história da humanidade, no alto de uma das elevações da arriba fóssil – uma cadeia rochosa que se desenvolve paralelamente à linha da costa atlântica.  A cristianização, como é habitual em monumentos desta natureza, haveria de chegar ao castro com a edificação de uma capela na antiga acrópole – a Capela de S. Lourenço. As antigas construções do povoado foram devastadas ao longo dos séculos, em larga parte da sua original extensão, fundamentalmente devido à recolha de pedra e a terraplanagens.

Ainda assim, é possível ter uma ideia razoável de como seria o povoado aquando da sua edificação: era protegido por duas ordens de muralhas e as habitações originais seriam de planta sub-circular, ocupando as encostas em socalcos firmados por muros de suporte.

 A romanização trouxe as casas de planta retangular, a tégula (telha romana), as cerâmicas romanas produzidas em paragens longínquas e as moedas.

Escavações feitas no local identificaram um tesouro romano de dezanove moedas de prata da época republicana e uma moeda de Constantino, do século IV d.C. Este último achado prova a utilização do povoado numa data muito avançada, por meados do primeiro milénio.

Agora na época em que vivemos a autarquia local criou o evento Galaicofolia que define como “uma viagem histórica pela cultura, tradição e rituais do povo que há dois mil anos habitou este castro da Idade do Ferro sobranceiro à cidade de Esposende”.

O evento voltou a realizar-se este ano após três de interregno, motivado, em 2020 e 2021, pela pandemia Covid-19, e, em 2022, pela falta dos requisitos de segurança devido às condições climatéricas.

O Presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, assinalou, ao final da o arranque do evento, que promete atrair milhares de visitantes ao longo destes quatro dias.

Benjamim Pereira, que percorreu os vários espaços da Galaicofolia, sublinhou que “a iniciativa configura uma aposta estratégica do Município na promoção e divulgação do património concelhio e um ativo da maior relevância no plano turístico, determinante para o desenvolvimento económico do território”.

O autarca assinala que “a Câmara Municipal garante anualmente, durante o período de verão, um vasto e diversificado programa de eventos, de modo a corresponder às expetativas e preferências dos vários tipos de público, proporcionando momentos de lazer, animação e convívio memoráveis a quem cá vive, a quem nos visita e aos nossos emigrantes que regressam à sua terra natal para um merecido período de descanso”.

Benjamim Pereira sublinha, contudo, que “a aposta do Município na realização de atividades e iniciativas não se limita a esta época, sendo antes constante e consistente ao longo de todo ano, com particular enfoque na denominada época baixa, como estratégia de combate à sazonalidade”. 

PARTILHAR: