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The Henrys são pai e filho, chamam-se ambos Henrique e saíram de Viana do Castelo tendo acabado por tocar num dos mais míticos palcos, de Liverpool, por onde passaram os The Beatlles. Depois de brilharem na Internacional Beatleweek, Liverpool, organizado pelo lendário Cavern Club, agora o desafio pode ir mais longe, com canções originais.

Henrique, o filho, decidiu ir estudar para Inglaterra. Foi há seis anos. O pai, professor, meteu licença sem vencimento e seguiu-o. Quis o destino que ainda estejam por lá e a fazer aquilo que mais amam: tocar.

“No início para fazer face às despesas íamos tendo trabalhos temporários”, disse Henrique, o pai. A Zara foi um desses locais. “Passado um tempo, disse que podíamos experimentar fazer “busking” - tocar na rua”, disse o Henrique filho. Corria o verão de 2019 quando ousaram fazê-lo.

“Percorríamos as cidades à volta de Southampton tocando canções dos anos 60”. Os donativos iam entrando, mas mais importante que isso foi a estratégia que usaram: “as pessoas abordavam-nos pedindo cartões de visita, fazendo assim crescer a nossa rede de contatos de bares, festas e clubes”, revelou o progenitor.

O volume de espetáculos começou a crescer muito. “Agora já não tocamos na rua porque temos muitos concertos”, assegurou o Henrique mais velho. A popularidade cresceu de tal forma que passaram a ter um manager, um amigo britânico que se mostrou interessado em representá-los.

E foi exatamente através dele que surgiu a oportunidade de tocarem na “Internacional Beatleweek, Liverpool”. “Ele enviou a candidatura e fomos selecionados”, recorda com orgulho o Henrique mais novo.

A performance, o som e as vozes, a soarem ao mítico grupo britânico foram bem notados no evento onde os The Henrys sentiram o carinho do público.

“Foi um momento muito especial pois foi um espaço onde os The Beatles tocaram, ainda antes da “Beatlemania””, diz o pai. “Foram momentos de realização profissional e pessoal”, diz o filho.

Se as atuações estavam a aumentar, a participação no festival projetou a dupla portuguesa. “Já estávamos a ter mais marcações só por saberem que íamos participar, agora esperamos muito mais”, dizem.

Mas há outras conquistas: “para ser um verdadeiro Beatle tens de fazer originais. Eles tocaram muitos covers até chegarem às canções próprias”, relembra o pai.

E Portugal? “Já tivemos alguns convites, mas que logisticamente não foram viáveis. Gostaria muito de tocar no “Jazz na Praça da Erva””, revela o Henrique mais velho.

Mas o plano, esse continua para lá do Canal da Mancha.

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